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Crítica: X-Men – Primeira Classe

xmenfirstclass_posterA volta de Bryan Singer ao universo dos mutantes criados por Stan Lee, coincide com o retorno à questão fundamental dos personagens: aceitação. Mais, X-Men – Primeira Classe (X-Men – First Class, EUA, 2011) conta a história dos dois eixos primordiais da saga: a formação da dualidade vingança/diplomacia ancorada por Magneto e Professor Xavier. Além, claro, de mostrar de onde nasceu o respeito mútuo, ainda que seus atos os encaminhem para o confronto direto futuramente.

Não é nenhuma coincidência, portanto, que a cena de abertura desse prequel seja a mesma do X-Men – O Filme, de 2000, na qual o jovem Erik Lehnsherr é separado dos pais num campo de concentração e sua ira abala a estrutura metálica do portão da prisão. A relação do garoto com o diretor do campo, vivido com gosto por Kavin Bacon, que se desenvolve na exploração dos poderes do futuro Magneto e posterior revanche, é um dos pilares do filme. O complemento fica por conta dos estudos e o encontro fraterno entre Xavier e Raven.

Há 11 anos, Singer dirigiu a aventura, dessa vez, produz, deixando o ótimo Matthew Vaughn comandando o longa. Muito bem, diga-se de passagem. Um cara que se preocupa em ser dinâmico sem perder a elegância, vide a cena do bar na Argentina. A câmera é precisa, mostra bem o ambiente e de maneira objetiva os ângulos dão o máximo de informações sem diálogos expositivos, seja na foto pendurada na parede que denuncia os inimigos, seja nos olhares desses mesmos homens.

Talvez por isso, os diálogos do roteiro de Ashley Miller, Zack Stentz, Jane Goldman e Matthew Vaughn sejam tão marcantes. Na mesma cena do bar, Magneto, com uma ironia que não cabe dentro da própria satisfação em se vingar, diz aos homens quem matou seu pai. Ou faça de um simples diálogo entre o mesmo personagem e Xavier, pouco antes de uma antena ser movida, a parte mais emocionante do longa.

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Pena que o mesmo roteiro que cria uma sequência fantástica de invasão à recém-criada escola para adolescentes mutantes –  iniciada com barulhos adafados de corpos caindo do céu –, não chega a pôr em cena novos bons mutantes. Afinal, ver um rapaz que voa pela vocalização sonora ou uma jovem que simplesmente tem asas de libélula não é nada empolgante. As exceções são Sebastian Shaw e Azazel, cujo poder nem é tão novo assim.

E se a direção de arte e a ambientação da fotografia ao estilo sessentista são dois dos grandes acertos do filme, os efeitos visuais são irregulares. Assim como a maquiagem, que faz Fera parecer mais um ursinho de pelúcia que o ser ameaçador que se contrapõe à diplomacia em X-Men – O Confronto Final.

O terceiro longa dos heróis mutantes, inclusive, já não tinha a mesma carga dramática que este Primeira Classe, o qual impõe sua força nas inúmeras discussões a respeito da natureza dos Homo sapiens superior em relação ao ódio que os “seres normais” nutrem por eles. Um debate que foi quase totalmente esquecido em Wolverine, só que aqui volta reforçada com ótimas interpretações de James McAvoy (Xavier) e Michael Fassbender (Magneto). E é bom que os personagens ganham mais camadas, seja na faceta mulherenga do Professor X ou na humanidade bem mais acentuada de  Eric.

Nota: 8,5

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